segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Aprenda a fazer pequenas orações ao longo do dia
Aprenda a fazer pequenas orações ao longo do dia



É importante que, ao longo do dia, você reserve um tempo para fazer pequenas orações

“És tu, Senhor, o meu único bem.” (Cf. Sl 16[15],2)
Santa Teresinha do Menino Jesus dizia que é melhor falar “com Deus” do que “de Deus”, porque, no diálogo com os outros, sempre é possível infiltrar o amor próprio. Ela tem razão. No entanto, para dar um testemunho aos outros, precisamos também falar de Deus.

É certo que, acima de tudo, devemos amar a Deus com aquele amor que é a base da vida cristã e que se exterioriza na oração, na atuação da sua vontade. Portanto, falar com os próximos, sem dúvida, mas sobretudo falar com Deus.
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como falar com Ele?

Simplesmente recitando as orações de todo cristão, mas também examinando, durante o dia, por meio de alguma oração-relâmpago, se o nosso coração está realmente voltado para Ele, se é Ele o ideal da nossa vida; se lhe damos de fato o primeiro lugar no nosso coração, se O amamos sinceramente com todo o nosso ser.

Refiro-me àquelas orações breves que são aconselhadas especialmente às pessoas que vivem no mundo e não dispõem de tempo para rezar demoradamente. São como flechadas de amor que partem do nosso coração em direção a Deus, como dardos de fogo: são as assim chamadas “jaculatórias” que, etimologicamente, significam exatamente dardos, flechas. Elas são um meio excelente para reconduzir continuamente o nosso coração a Deus.

Na liturgia eucarística deste mês, na Igreja Católica, encontramos um versículo estupendo, que pode ser considerado uma jaculatória e que ilustra bem o nosso caso: “És tu, Senhor, o meu único bem.”

Faça a experiência de orar durante seu dia

Façamos a experiência de repeti-lo durante o dia, sobretudo quando os diversos apegos ameaçarem desviar o nosso coração para coisas, para pessoas ou para nós mesmos.
Digamos: “És tu, Senhor, o meu único bem, não aquele objeto, nem aquela pessoa, nem eu mesmo; tu– e nada mais– és o meu único bem”.

Experimentemos repeti-lo quando a agitação ou a pressa quiserem nos levar a não fazer bem a vontade de Deus do momento presente: “És tu, Senhor, o meu único bem; portanto, a tua vontade– e não aquilo que eu quero –é o meu bem”.

Se a curiosidade, o amor próprio ou as mil atrações do mundo estiverem para comprometer o nosso relacionamento com Deus, digamos-lhe com todo o coração: “És tu, Senhor, o meu único bem; e não estas coisas, com as quais a minha avidez e o meu orgulho desejariam satisfazer-se!”.

Experimentemos, então, repeti-lo com frequência. Experimentemos repeti-lo quando alguma sombra ofuscar a nossa alma ou quando a dor bater à porta. Será um modo de nos prepararmos para o encontro com ele.

“És tu, Senhor, o meu único bem”. Essas simples palavras nos ajudarão a ter confiança nele, nos exercitarão a conviver com o amor. Assim, sempre mais unidos a Deus e plenificados por ele, colocaremos e recolocaremos as bases do nosso verdadeiro ser, feito à sua imagem.

Desse modo, tudo correrá bem na vida, no sentido certo. Então, sim, quando falarmos, o que dissermos não serão apenas palavras ou, pior ainda, tagarelice: também as palavras serão “dardos” capazes de abrir os corações, para que eles acolham Jesus.

Façamos, então, a experiência de colher todas as ocasiões para pronunciar essas simples palavras. No final do dia, teremos certamente a confirmação de que elas se tornaram um remédio, um tônico para nossa alma. Como diria Santa Catarina de Sena,– fizeram com que o nosso coração se tornasse uma chama viva.

Chiara Lubich – Fundadora do Movimento Focolare

Nenhum comentário:

Postar um comentário