O
espírito da Congregação
Madre
Ediwiges Kulesza
(Documento histórico dos tempos da Fundadora
da Congregação das Irmãs Beneditinas Missionárias)
1.
O espírito da Congregação chamamos a disposição geral de todos os membros da
mesma que revela-se exteriormente nas virtudes ou nos defeitos. No primeiro
caso então será o espírito bom da Congregação, no segundo – mal.
2.
O espírito bom da Congregação tem sua fonte na prática do modo especial de uma
ou de outra virtude.
3.
Daí cada congregação religiosa dependendo
da virtude praticada pelos membros tem seu próprio espírito, seu traço
característico que distingue uma família religiosa da outra.
4.
O espírito comum da Ordem Beneditina é PAX –PAZ. Isso é uma pedra angular na
qual baseia-se a vida religiosa nos mosteiros beneditinos. Da paz cada
beneditino(a) começa a sua vida religiosa, permanecendo na paz no mundo de
hoje, para alcançar a paz eterna no céu. Este traço beneditino tem a fonte nas
palavras do próprio Salvador: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha
paz” (Jo 14, 27).
5.
Nos vários modos pode ser alcançada a paz e nas várias formas pode também revelar-se
exteriormente. Na nossa Congregação a paz como o nosso próprio espírito deve
aparecer nas duas virtudes do Sagrado Coração de Jesus: a mansidão e humildade.
6.
As irmãs revelam a mansidão na serenidade, no silêncio, na alegria em cada
lugar e com todas as pessoas, especialmente na convivência com as co-irmãs. Ainda
a revelam exteriormente: andando sem pressa, sem ruído, fechando a porta com
cuidado, falando baixo e sem fazer barulho.
7.
As irmãs além de cultivar a humildade no seu íntimo, mostram-na exteriormente
na simplicidade e no comportamento, isto é: andam sem pressa, mas também não
lentamente, as mãos dobram em baixo do escapulário, andando não balançam comas
mãos, sentadas não cruzam as pernas, ficando em pé não encostam-se á porta, á
parede, na rua não viram-se olhando com curiosidade as vitrinas. Então em cada
lugar devem-se comportar como verdadeiras servidoras de Deus, lembrando nas palavras
do nosso pai São Bento:”considere-se o
homem visto do céu, a todo momento, por Deus, e suas ações vistas em
cada parte pelo olhar divindade e anunciadas a todo instante pelos anjos”. (RB
7,13)
8.
Para guardar a paz as irmãs não se defendem mutuamente, justificando ou tomando
conta da outra, só se fosse por justa causa, isto é: para explicar a verdade ou
para responder a superiora. As irmãs não contam as fofocas nem segredos, não
perguntam uma a outra dos conselhos espirituais, não se intrometem nos trabalhos
da outra, nem se reclamam, não repetem as notícias inquietantes. Cada irmã na sua
consciência deve evitar as todas confusões e afastar-se das ocasiões que as
provocam. Que cada irmã esteja predisposta, ou melhor, pronta ao silêncio, não
reclamar, suportar a reclamação, prejuízo e para que com suas palavras e açãoes
não prejudique a paz, ao menos de uma ânima, provocar confusão na Congregação
por um momento. Acima de tudo valorizar a paz e cultivá-lo.
9.
Para que seja mais fácil de lembrar da obrigação em guardar a paz, nas portas
dos quartos será colocada a cruz beneditina com escrito: PAX. Também no início
das cartas escrevam PAX. As irmãs saúdam-se dizendo: pax ou paz, pois o nosso
Senhor Jesus Cristo assim saudava seus discípulos. Precisa inserir esta palavra
na nossa vida para que tenhamo-la nos olhos, na mente, e no coração.
10.
A superiora geral tem uma tarefa especial para sustentar a paz na Congregação.
Deve ser como o guarda vigilante da paz e proteger a toda congregação e cada irmã contra a confusão. Então qualquer
inquietação deve suprimir e prevenir para que não se espalhe. No caso das
mudanças das irmãs de uma casa para outra, mudando-as o trabalho deve escolher as irmãs conforme dos
caracteres. Todas as diferenças entre as irmãs, desentendimentos tenta
abrandar, suavizar e facilita a reconciliação entre elas. Para que seja sempre
presente onde precisar de alguém tranqüilizar, aconselhar; para que com sua boa
palavra e serenidade traga a paz e a alegria. Portanto a superiora deve ser um
anjo da paz na comunidade.
11.
As irmãs devem aprender do Sagrado Coração de Jesus a mansidão e humildade, e
honrá-lo pela fervorosa e cotidiana devoção. A Ele ofereçam os sofrimentos,
trabalhos, penitências, exercícios espirituais, e em vez disso recebem a graça
que as sustentará no adquirir a mansidão e humildade.Nesta intenção as irmãs
depois da adoração rezem três vezes Pai Nosso acrescentando cada vez: “Jesus
manso e humilde fazei o nosso coração semelhante a vosso”. Ainda para
permanecer na paz as irmãs rezem após da comunhão três vezes Ave Maria
acrescentando: “Rainha da Paz, rogai por nós”.
12.
A alegria interior que é a qualidade dos filhos de Deus tem sua fonte na paz,
na mancidade e humildade.
13.
Se uma das irmãs apesar destas admoestações perturbar a paz ou causar a
confusão será reclamada no refeitório na presença das outras. Se ainda depois
da reclamação de novo perturbar a paz será expulsa da convivência com as irmãs,
fora da capela e refeitório e ficará sozinha por algum tempo no trabalho
conforme a culpa e o discernimento da superiora.