terça-feira, 2 de julho de 2013

O espírito da Congregação (documento dos tempos da Fundadora)




O espírito da Congregação
Madre Ediwiges Kulesza


(Documento histórico dos tempos  da Fundadora
  da Congregação das Irmãs Beneditinas Missionárias)


1. O espírito da Congregação chamamos a disposição geral de todos os membros da mesma que revela-se exteriormente nas virtudes ou nos defeitos. No primeiro caso então será o espírito bom da Congregação, no segundo – mal.

2. O espírito bom da Congregação tem sua fonte na prática do modo especial de uma ou de outra virtude.

3. Daí cada congregação religiosa dependendo  da virtude praticada pelos membros tem seu próprio espírito, seu traço característico que distingue uma família religiosa da outra.

4. O espírito comum da Ordem Beneditina é PAX –PAZ. Isso é uma pedra angular na qual baseia-se a vida religiosa nos mosteiros beneditinos. Da paz cada beneditino(a) começa a sua vida religiosa, permanecendo na paz no mundo de hoje, para alcançar a paz eterna no céu. Este traço beneditino tem a fonte nas palavras do próprio Salvador: “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz” (Jo 14, 27).

5. Nos vários modos pode ser alcançada a paz e nas várias formas pode também revelar-se exteriormente. Na nossa Congregação a paz como o nosso próprio espírito deve aparecer nas duas virtudes do Sagrado Coração de Jesus: a mansidão e humildade.

6. As irmãs revelam a mansidão na serenidade, no silêncio, na alegria em cada lugar e com todas as pessoas, especialmente na convivência com as co-irmãs. Ainda a revelam exteriormente: andando sem pressa, sem ruído, fechando a porta com cuidado, falando baixo e sem fazer barulho.

7. As irmãs além de cultivar a humildade no seu íntimo, mostram-na exteriormente na simplicidade e no comportamento, isto é: andam sem pressa, mas também não lentamente, as mãos dobram em baixo do escapulário, andando não balançam comas mãos, sentadas não cruzam as pernas, ficando em pé não encostam-se á porta, á parede, na rua não viram-se olhando com curiosidade as vitrinas. Então em cada lugar devem-se comportar como verdadeiras servidoras de Deus, lembrando nas palavras do nosso pai São Bento:”considere-se o  homem visto do céu, a todo momento, por Deus, e suas ações vistas em cada parte pelo olhar divindade e anunciadas a todo instante pelos anjos”. (RB 7,13)

8. Para guardar a paz as irmãs não se defendem mutuamente, justificando ou tomando conta da outra, só se fosse por justa causa, isto é: para explicar a verdade ou para responder a superiora. As irmãs não contam as fofocas nem segredos, não perguntam uma a outra dos conselhos espirituais, não se intrometem nos trabalhos da outra, nem se reclamam, não repetem as notícias inquietantes. Cada irmã na sua consciência deve evitar as todas confusões e afastar-se das ocasiões que as provocam. Que cada irmã esteja predisposta, ou melhor, pronta ao silêncio, não reclamar, suportar a reclamação, prejuízo e para que com suas palavras e açãoes não prejudique a paz, ao menos de uma ânima, provocar confusão na Congregação por um momento. Acima de tudo valorizar a paz e cultivá-lo.
  
9. Para que seja mais fácil de lembrar da obrigação em guardar a paz, nas portas dos quartos será colocada a cruz beneditina com escrito: PAX. Também no início das cartas escrevam PAX. As irmãs saúdam-se dizendo: pax ou paz, pois o nosso Senhor Jesus Cristo assim saudava seus discípulos. Precisa inserir esta palavra na nossa vida para que tenhamo-la nos olhos, na mente, e no coração.

10. A superiora geral tem uma tarefa especial para sustentar a paz na Congregação. Deve ser como o  guarda vigilante  da paz e proteger a toda congregação e  cada irmã contra a confusão. Então qualquer inquietação deve suprimir e prevenir para que não se espalhe. No caso das mudanças das irmãs de uma casa para outra, mudando-as o  trabalho deve escolher as irmãs conforme dos caracteres. Todas as diferenças entre as irmãs, desentendimentos tenta abrandar, suavizar e facilita a reconciliação entre elas. Para que seja sempre presente onde precisar de alguém tranqüilizar, aconselhar; para que com sua boa palavra e serenidade traga a paz e a alegria. Portanto a superiora deve ser um anjo da paz na comunidade.

11. As irmãs devem aprender do Sagrado Coração de Jesus a mansidão e humildade, e honrá-lo pela fervorosa e cotidiana devoção. A Ele ofereçam os sofrimentos, trabalhos, penitências, exercícios espirituais, e em vez disso recebem a graça que as sustentará no adquirir a mansidão e humildade.Nesta intenção as irmãs depois da adoração rezem três vezes Pai Nosso acrescentando cada vez: “Jesus manso e humilde fazei o nosso coração semelhante a vosso”. Ainda para permanecer na paz as irmãs rezem após da comunhão três vezes Ave Maria acrescentando: “Rainha da Paz, rogai por nós”.

12. A alegria interior que é a qualidade dos filhos de Deus tem sua fonte na paz, na mancidade e humildade.

13. Se uma das irmãs apesar destas admoestações perturbar a paz ou causar a confusão será reclamada no refeitório na presença das outras. Se ainda depois da reclamação de novo perturbar a paz será expulsa da convivência com as irmãs, fora da capela e refeitório e ficará sozinha por algum tempo no trabalho conforme a culpa e o discernimento da superiora.