domingo, 26 de fevereiro de 2017


O Papa Francisco Santo Padre recebeu os participantes no Curso de Formação para Párocos, promovido pelo Tribunal da Rota Romana




Da redação, com Rádio Vaticano
Neste sábado, 25, o Papa Francisco Santo Padre recebeu na Sala Clementina do Vaticano, os participantes no Curso de Formação para Párocos, promovido pelo Tribunal da Rota Romana.
O Curso versou sobre o tema do “novo Processo matrimonial”, discutido e proposto pelo Sínodo dos Bispos sobre o “Matrimônio e a Família”, que se realizou no Vaticano em outubro de 2015.
Partindo precisamente da Exortação Apostólica pós-sinodal “Amoris laetitia”, o Santo Padre dirigiu-se aos Párocos dizendo que foi bom, que “por meio desta iniciativa de estudo, puderam aprofundar tal matéria, pois são sobretudo vocês que a aplicam concretamente no cotidiano contato com as famílias”.
“Na maior parte dos casos, vocês são os primeiros interlocutores dos jovens que desejam formar uma nova família. A vocês se dirigem aqueles casais que, por causa dos seus sérios problemas familiares e crises matrimoniais, pedem indicações para o processo de nulidade do matrimônio. Por isso, vocês são chamados a ser companheiros de viagem deles, acompanhando-os e encorajando-os”.
Sim, vocês devem dar testemunho da graça do Sacramento do Matrimônio e do bem primordial da família, célula vital da Igreja e da sociedade, mediante Cursos de preparação ao Matrimônio e encontros pessoais ou comunitários, explicou o Pontífice.
Mas, ao mesmo tempo, devem encorajar os casais em dificuldade, em atitude de escuta e compreensão. Em relação aos jovens casais, que preferem conviver, sem se casar, Francisco disse: “Em nível espiritual e moral, eles estão entre os pobres e os pequeninos, para os quais a Igreja deve ser Mãe, sem abandoná-los, mas aproximá-los e cuidar deles. Estes casais também são amados pelo Coração de Jesus. Por isso, tenham ternura e compaixão deles. Isto faz parte da obra dos párocos na promoção e defesa do Sacramento do Matrimônio”.
O Santo Padre citou o bem-aventurado Paulo VI, que dizia: “A paróquia é a presença de Cristo na plenitude da sua função salvadora; ela é a casa do Evangelho e da verdade, a escola de Nosso Senhor.”
Francisco concluiu seu pronunciamento, agradecendo aos Párocos pelo seu empenho de anunciar o Evangelho da Família e invocando o Espírito Santo para que os ajude a ser ministros de paz e conciliação em meio ao Povo de Deus, especialmente entre os mais frágeis e necessitados da solicitude pastoral. 


Tempo da Quaresma

Ter-se-á sempre em vista que a Quaresma constituía preparação para o Tríduo Pascal da Paixão-Morte, Sepultura e Ressurreição do Senhor Jesus, celebrado de quinta-feira à noite até o domingo da Ressurreição.

A Quarta-feira de Cinzas abre este tempo de conversão e de penitência, fazendo a proposta da observância quaresmal da oração, do jejum e da esmola.

Seguem todos os anos os dois domingos com temática fixa, variando apenas conforme os Evangelistas do ano. No 1º Domingo da Quaresma: As tentações de Jesus no deserto; 2º Domingo: a transfiguração do Senhor.

Jesus é o modelo da vida de penitência dos cristãos. O Jesus que jejua, o Jesus que se dedica à oração, deve ser visto à luz do Cristo transfigurado. Toda a caminhada da conversão dos cristãos só tem sentido à luz da ressurreição pregustada no Tabor.

A partir do 3º Domingo temos uma diversificação, conforme os ciclos do Ano A, B e C.

O Ano A apresenta a temática batismal. O Batismo será revivido no Tríduo pascal e especialmente na Vigília.

Se isso é verdade todos os anos, vem tematizado no Ano A. Utilizam-se os Evangelhos de São João. No 3º Domingo: o poço da samaritana; no 4º Domingo: o cego de nascença junto à piscina de Siloé. No 5º Domingo: a ressurreição de Lázaro. As leituras do Antigo Testamento, em harmonia com os evangelhos, apresentam os grandes lances da história da salvação. As leituras do Apóstolo realçam também a temática batismal.

No Ano B, de Marcos, sobressai o mistério da renovação da pessoa humana em Cristo e por Cristo, através da penitência. Seguindo o Cristo no mistério da cruz, o cristão participará de sua ressurreição. Os evangelhos são novamente de João: a restauração do Templo (o corpo de Cristo), Jo 21,13-25; o Cristo exaltado na cruz para a salvação do mundo, Jo 3,14-21; o grão de trigo que precisa morrer para produzir fruto, Jo 12, 20-33. As leituras apresentam tópicos da aliança de Deus com seu povo.

HOMILIA: Coloque seus bens materiais e seus dons a serviço de Deus


Coloque seus bens materiais e seus dons a serviço de Deus, dos irmãos e do Evangelho para um mundo mais fraterno e justo.


“Não podeis servir a Deus e à riqueza. Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida” (Mateus 6, 24-25).

A Palavra de Deus, semeada em nossos corações hoje, nos dá a graça de meditar sobre dois contextos importantes para a nossa vida. O primeiro contexto é: a quem nós servimos? A quem nós estamos a serviço nesta vida, a quem entregamos e dispomos o nosso coração, porque é a quem servimos que colocamos o nosso coração.

Portanto, se queremos servir a Deus, nós não podemos ser escravos do dinheiro nem dominados por ele. Ao contrário, o dinheiro é que tem de estar a nosso serviço e nós é que temos de dominá-lo. Temos que colocar o dinheiro, as riquezas e as posses que temos – sejam elas poucas ou muitas – a serviço do bem, do próximo e do Evangelho para um mundo mais fraterno e justo.

Não podemos ser reféns daquilo que o dinheiro faz com a vida das pessoas. Há muita gente sofrida, machucada, deprimida e que perdeu o sentido da vida porque perdeu tudo o que tinha ou porque não acumulou tudo o que queria. Pessoas escravas da posse, no sentido mais negativo da palavra “dinheiro”, escravas da avareza, do desejo da posse e de sempre ter mais e nunca estar satisfeitas com o que têm.

Confiar em Deus é a segunda dinâmica a que a Palavra de Deus nos chama a nos dispor. O mesmo Deus que provém todos os bens da natureza há de cuidar de nós. Talvez alguém se confunda e queira entender que “providência de Deus” é estar de braços cruzados esperando as coisas acontecerem, porque do céu cairá o “maná” e o “manjar” para ele sobreviver. Não é isso. A providência de Deus é abençoar o trabalho justo e digno que fazemos; a providência de Deus é multiplicar, é fazer render o nosso empenho para poder dar o melhor de nós a nossa casa.

Muitas vezes, o dinheiro que temos não rende nada. Conheço pessoas que ganham tão pouco e este rende tanto, e também conheço pessoas que ganham muito, mas o muito não dá para nada. A providência de Deus acontece em nossa vida quando permitimos Deus abençoar, cuidar, dispor e prover do que temos não só para o nosso bem, mas para sermos fraternos e para que façamos a graça de Deus também acontecer para outros.

Não confundamos providência com o nós termos algo e o outro não ter nada. Não confundamos providência com poder acumular, ter muitas coisas e nos sentir abençoados, acreditando que aquele que não tem é o amaldiçoado.

A providência é sabermos dispor do que temos para Deus e permitir que Ele o abençoe para usar para o nosso bem, para o bem dos nossos e para o próximo que Deus coloca ao nosso lado!




Deus abençoe!
Padre Roger Araújo