domingo, 22 de janeiro de 2017



  
COM RELIGIÃO NÃO SE BRINCA


Para nós, crentes em Jesus, o milagre existe. Deus intervém. Mas não quando queremos, nem quando garantimos o dia, a tarde, o lugar e a hora. Aí, já é brincar com Deus. Jesus fez muitos milagres e se negou a fazê-los quando gente maldosa os queria para seus interesses. Deu-se o mesmo com os discípulos. Foram severos contra os aproveitadores da fé.

O milagre é de Deus, dado por meio de quem não se aproveita dele e para quem precisa de verdade. Não é para pregador se exibir anunciando como milagre o que não é, nem foi. Infelizmente muitos fiéis e pregadores se exibiram através dos milagres, que em geral se revelaram falsos. Jesus já prevenira contra esse tipo de gente que brinca com profecias, visões, milagres ou poderes, exibindo seus dotes de taumaturgos, videntes ou exorcistas.

Hoje com a televisão, a tentação ficou maior. Andam expulsando até o demônio da unha encravada. Há muita gente dizendo que viu o que não viu, anunciando visões de aparições que não existiram e milagres que não foram milagres. Um olhar atento mostra que anunciaram depressa demais o milagre por eles realizado, e apareceram no grupo ou na mídia como gente de poder. Depois ou se revela engano, ou embuste. A maioria nunca pediu desculpas. Mas prosseguiram enganando.

Milagre, aparição, revelação é coisa séria. Cuidado com quem diz que Deus lhe falou! Dê um tempo. Saberá se foi verdade.


Pe. Zezinho scj
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Conselhos do Papa Francisco para a educação dos filhos


Papa Francisco dá bons conselhos para a educação dos filhos

“Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso agrada ao Senhor. Pais, não irriteis vossos filhos, para que eles não percam o ânimo” (Colossenses 3,20-21).

No versículo apresentado acima, São Paulo nos ajuda a perceber o quão tênue é, na educação, a linha entre a firmeza necessária e a rigidez exagerada. Os pais são chamados a educar seus filhos numa época em que se observa uma grande parcela de famílias que abrem mão desse processo educativo para as escolas ou igrejas. Nossos avós já diziam, com sabedoria, que educação começa em casa ou ainda que se herda de berço. De acordo com o Papa Francisco, a família tem a característica essencial, portanto, “vocação natural de educar os filhos para que cresçam na responsabilidade de si e dos outros”.

Foto: 20878569, Milan Zeremski, By iStock getty images

Pais e filhos

O trecho apresentado na Carta de São Paulo aos Colossenses apresenta uma regra sábia:
“…o filho que é educado a escutar os pais e a obedecer aos pais, os quais não devem operar de maneira bruta, para não desanimar os filhos. Os filhos, de fato, devem crescer sem se desanimar, passo a passo. Se vocês pais dizem aos seus filhos: ‘Vamos subir nessa escada’ e pegam a mão deles e passo após passo os fazem subir, as coisas irão bem. Mas se vocês dizem: ‘Vá em frente!’ – ‘Mas não posso’ – ‘Vá!’, isso se chama irritar os filhos, pedir aos filhos as coisas que não são capazes de fazer. Por isso, a relação entre pais e filhos deve ser de uma sabedoria, de um equilíbrio tão grande. Filhos, obedeçam aos pais, isso agrada a Deus. E vocês pais, não irritem os filhos, pedindo-lhes coisas que não podem fazer. E isso é necessário ser feito para que os filhos cresçam na responsabilidade de si e dos outros”.

Investir tempo na educação

Entre as dificuldades enfrentadas por muitos pais, Francisco recorda a falta de tempo. “É difícil educar para os pais que veem os filhos somente à noite, quando voltam para casa cansados do trabalho”, reconhece. Por outro lado, em épocas de crise, o Santo Padre reconhece que são bem-aventurados aqueles que têm um emprego para sustentar seu lar.

Filhos reféns de separações

O Papa elenca ainda desafios como a separação; porém adverte que jamais o filho pode ser tomado como “refém” nessa situação. “Tantas vezes o filho é tomado como um refém, e o pai fala mal da mãe e a mãe fala mal do pai, e isso faz tanto mal”, exorta.
“Digo aos pais separados: nunca, nunca, nunca tomem o filho como refém! Vocês se separaram por tantas dificuldades e motivos, a vida deu essa prova a vocês, mas os filhos não sejam os que levam o peso dessa separação, não sejam usados como reféns contra o outro cônjuge, cresçam ouvindo que a mãe fala bem do pai, embora não estejam juntos, e que o pai fala bem da mãe. Para os pais separados, isso é muito importante e muito difícil, mas podem fazê-lo”.

Como educar?

Diante dessa pergunta, o Papa Francisco apresenta uma outra questão: “Quais tradições temos hoje para transmitir aos nossos filhos?”. O Pontífice apresenta um balanço dessa busca por educação na história, ao destacar que intelectuais “críticos” silenciaram os pais para defender as jovens gerações de danos – verdadeiros ou presumidos – da educação familiar. Entre os erros, autoritarismo, favoritismo, conformismo e repressão afetiva.

Educar, papel de quem?

O Santo Padre reconhece que a parceria na educação entre família e escola foi rompida por uma ameaça da confiança recíproca. Constata-se que, por exemplo, foram afetadas as relações entre pais e professores na escola. Diante dessa fragilidade e pouca busca por conhecimento ou imaturidade, muitos pais estão abrindo mão de sua responsabilidade e atribuindo aspectos da educação a pessoas que se dizem “Superespecialistas” em vida afetiva, personalidade e desenvolvimento. Privados do seu papel, o resultado tem sido pais excessivamente apreensivos e possessivos na relação com eles chegando ao ponto de nunca corrigir os filhos. Ao dar ouvidos a essas orientações que se vê em programa de TV apelativos, os pais colocam os filhos no canto sozinhos, correndo o risco de se autoexcluir da vida deles. O Papa afirma que atitudes desse tipo são gravíssimas já que os filhos necessitam de limites e correção.

Eu recordo um acontecimento pessoal. Uma vez, quando eu estava na quarta série, disse uma palavra feia para a professora; ela, uma mulher brava, chamou minha mãe. Ela foi no dia seguinte à escola. Falaram entre si e depois fui chamado. Minha mãe, diante da professora, explicou-me que aquilo que eu fiz foi uma coisa ruim, que não se devia fazer. A mãe fez isso com tanta doçura e me pediu para pedir perdão, diante dela, à professora. Eu o fiz e depois fiquei contente, porque disse: “terminou bem a história”. Imaginem vocês se a professora faz uma coisa desse tipo! No dia seguinte, os pais a reprova, porque os “especialistas” dizem que as crianças não devem ser repreendidas assim. As coisas mudaram! Mas os pais não devem se autoexcluir da educação dos filhos.

Um risco apresentado pelo Papa Francisco é a falta de tempo gerada pelo excesso da carga horária de trabalho. Ele observa que a vida se tornou mesquinha de tempo para falar, refletir e confrontar-se. Muitos pais e mães “sequestrados” pela vida profissional e outras preocupações sentem-se envergonhados em admitir que a chegada dos filhos traz novas exigências. Diante dessa ausência, muitos pais se aventuram em um “dialoguismo” superficial, não levam a um verdadeiro encontro da mente e do coração. Aí, o Papa propõe algumas reflexões:

“Procuramos entender ‘onde’ os filhos estão verdadeiramente em seu caminho? Onde está realmente a alma deles, sabemos? E sobretudo: queremos saber? Estamos convencidos de que esses, na realidade, não esperam outra coisa?”

Comunidades cristãs como apoio à missão educativa

O Santo Padre chama a atenção das comunidades cristãs para a responsabilidade de oferecer apoio à missão educativa das famílias, à luz da Palavra de Deus.
“Na base de tudo está o amor, aquele que Deus nos dá, que ‘não falta com respeito, não procura o próprio interesse, não fica com raiva, não faz conta do mal recebido… Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta'(1 Cor 13,5-6)”.

Suportar-se em família

Como acontece nas melhores famílias, o Papa diz que é preciso paciência para se suportar e que não há fórmulas prontas, porque a vida se faz na realidade. E aqui recordamos nossos pais que conseguiram transmitir a educação a nós com tanta simplicidade. Pais cristãos cheios de sabedoria humana mostram que a boa educação familiar é a coluna vertebral do humanismo. Tal ensinamento provoca uma “irradiação social”, que permite compensar lacunas, feridas, vazios de paternidade e maternidade. Esse amor que se transforma em “irradiação” pode fazer autênticos milagres como podem ser vistos na Igreja todos os dias.

Pais e mães retornem do exílio

“Desejo que o Senhor dê às famílias cristãs a fé, a liberdade e a coragem necessárias para a sua missão. Se a educação familiar encontra o orgulho do seu protagonismo, muitas coisas mudarão para melhor, para os pais incertos e para os filhos desiludidos. É hora dos pais e das mães retornarem do seu exílio – porque se exilaram da educação dos filhos – e reassumirem plenamente o seu papel educativo. Esperamos que o Senhor dê aos pais esta graça: de não se autoexilar na educação dos filhos. E isto somente o amor, a ternura e a paciência podem fazer.
Santo do Dia
São Vicente

São Vicente, um grande pregador da Palavra de Deus

São Vicente tornou-se modelo para todos os cristãos e também padroeiro principal do patriarcado de Lisboa

Um santo amado e citado por muitos santos, como Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Prudêncio e outros que trouxeram à tona o testemunho desse grande diácono e mártir da Igreja.
Nasceu na Espanha, em Huesca, no século terceiro. De uma família muito distinta e conhecida por todos, ele escolheu ser cristão e, assim, viver a santidade.

Vicente viveu num período muito difícil da Igreja. Um tempo em que Diocleciano e Maximiano – imperadores –, começaram a perseguir os cristãos e forçar muitos a se declararem a favor dos deuses; caso contrário, seriam martirizados. O santo de hoje foi um dos que fez a opção por Jesus.

Ele era um grande pregador da Palavra, mais do que isso, buscava viver a Palavra que pregava, esta que é, antes de tudo, Cristo Jesus, o Santo dos Santos, o nosso modelo, o nosso Senhor e Salvador. Diante das ameaças do governador Darciano, ele não recusou a se dizer cristão e fiel ao Senhor.

Os tormentos o perseguiram. Foi um martírio lento, sempre com o objetivo de vencê-lo para que Darciano se desse como herói diante do Cristianismo, mas também com o objetivo de levar São Vicente a renunciar a própria fé, a sacrificar aos deuses. Fiel a Deus e sustentado pela oração, diante de si ele tinha o seu grande amor: Deus. Sendo assim, ele for martirizado aos poucos, até mesmo levado à grelha, tendo seu corpo dilacerado, jogado numa prisão e, por fim, Darciano deixou-o num leito pedindo que cuidassem dele. Ali, sim, ele foi visitado por outros cristãos e entregou-se a Deus.

São Vicente tornou-se modelo para todos os cristãos e também padroeiro principal do patriarcado de Lisboa e também da diocese de Faro.

São Vicente, rogai por nós!
Nossa vida precisa de conversão diária

Precisamos de conversão e mudança de vida a cada dia

Jesus começou a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mateus 4, 17).

Hoje, a Palavra de Deus nos mostra que Jesus deixou Sua terra, Nazaré, onde cresceu e foi criado. Partiu para outra região, próxima ao mar da Galileia, foi viver em Cafarnaum. Ali foi sua residência e dali Ele partiu para evangelizar e anunciar o Reino de Deus, proclamar que o Reino está acontecendo, que está próximo.

Vemos duas coisas importantes na missão de Jesus. A primeira é, justamente, esse apelo na Sua pregação: “Convertei-vos!”. Toda pregação precisa ser um apelo à conversão, à mudança de vida. Toda palavra de Deus, que vem ao nosso encontro, é para mudar nossas atitudes, nossa mentalidade. Precisamos de conversão diária, precisamos nos converter a cada dia. Não é demais, pelo contrário, precisamos ouvir isso de manhã, à tarde e à noite, e deixar que a Palavra ressoe em nosso coração, para que a conversão aconteça em nós.

Por que precisamos nos converter? Porque o Reino dos Céus está muito próximo de nós, está ao nosso lado, e cada vez que nos convertemos, que nos deixamos convencer pela Palavra de Deus, tocamos no Rei, aproximamo-nos d’Ele, entramos na dinâmica do Reino dos Céus.

O Reino dos Céus é para os convertidos, para almas transformadas, para homens e mulheres mudados e renovados. O Reino dos Céus é o Reino do novo, do renovado; então, não podemos ficar com a velha mentalidade, não podemos ficar apegados aos nossos pecados, não podemos ficar apegados àquela vida velha que tínhamos. Precisamos dessa dinâmica da conversão diária em nossa vida.
Se você olhar para dentro de si, vai perceber que as fragilidades estão nos rodeando a cada dia; e por causa dessas fragilidades, precisamos da graça do Reino dos Céus para nos convertermos, porque estamos expostos ao pecado, à nossa fragilidade.

Muitas vezes, acordamos com um mau humor terrível, acordamos com ressentimentos e mágoas; carregamos dentro de nós aquela vontade de nos vingar, de desejar o mal ao outro. Só a Palavra de Deus nos envolve, leva-nos à uma conversão, para que abandonemos essas trevas. Por isso, acolha o chamado de Jesus hoje!

Precisamos de conversão e mudança de vida a cada dia, porque cada dia é uma decisão. Precisamos abraçar essa graça da necessidade de transformação interior.
Jesus chama os Seus discípulos, convida um, convida outro. Convida Pedro e seu irmão André, que estão ali pescando: “Vinde, eu farei de vocês pescadores de homens”. O chamado de Jesus é: “Segue-me!”.

Jesus está nos dizendo: “Segue-me!”; é um convite doce, suave, mas muito sério. Seguir Jesus é ir atrás d’Ele, é querer aprender com Ele como viver a vida. Cristo tinha muitos admiradores, muitas pessoas que contemplavam o Seu ministério, mas O seguir apenas para alguns seguiram.
Jesus o chamou e chama a cada dia, para que você possa segui-Lo. Ele quer cuidar de você, ensinar a converter sua vida na lógica do Reino dos Céus.

É preciso ter disposição para segui-Lo, é preciso deixar aquilo que não convém à vida de um cristão, para seguir o Senhor da nossa vida!
Hoje, precisamos acender aquela chama do primeiro chamado, o primeiro amor, aquela chama do coração de Deus que se acendeu e incendiou o nosso coração. Se um dia decidirmos segui-Lo, não vamos voltar, vamos seguir adiante, porque é para o Reino dos Céus que somos chamados e convocados. Precisamos nos converter a cada dia!
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo


Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.