Encontramos
muitas dificuldades para falar sobre a biografia da Fundadora da Congregação
das Irmãs Beneditinas Missionárias - Josefa Edviges Kulesza. Torna-se muito
difícil restituir cada passo, principalmente o tempo da infância e
adolescência. Parece até normal, olhando para o agitado contexto histórico da
época.
1.
Infância, adolescência e juventude
A
pátria da Josefa Kulesza foi Polônia. Hoje Ucrânia, um país vizinho da Polônia
com 603 700 km2 com 50 milhões de habitantes: ucranianos, judeus, russos e
poloneses (estes últimos 300 mil). As terras da Ucrânia durante a história
passavam de mãos em mãos, pertenciam à Polônia, outras vezes para Lituânia ou
Rússia. Quase durante 70 anos fazia parte da União Soviética. Somente em 1991 o
país conseguiu sua independência.
Josefa
Kulesza nasceu em 1859 em Karabelówka, filha da Michalina e José Kulesza perto
de Kiev. Tinha dois irmãos e uma irmã. Era de família abastada, possuía algumas
terras. Pouco sabemos sobre o seu estudo, naquela época as moças não freqüentavam
as universidades. Josefa recebeu uma boa educação religiosa e geral,
principalmente as línguas, na casa da família. Falava bem francês, inglês,
italiano, russo e polonês. Sabia tocar muito bem piano. Tinha conhecimento da
literatura, geografia e da história.1 Depois da morte do pai Josefa
junto com a mãe e os irmãos foi morar em Kiev, onde provavelmente trabalhou
como professora dando aulas nas casas.2
È
provável que nos anos 1889-1890 Josefa esteve nos Estados Unidos visitando seu
irmão Teófilo, que emigrou para lá junto com sua família. Durante esta visita
provavelmente batizou a filha mais velha do irmão.
2.
Vida religiosa
Em
1894 Josefa Kulesza ingressa para o convento das Beneditinas Reformadas em
Vilno. Na época tinha 35 anos. Porque escolheu Vilno não sabemos. No mosteiro
de Santa Catarina de Alexandria em Vilno, no qual entrou Josefa Kulesza,
permaneciam as irmãs de vários conventos,
por causa da perseguição do governo russo. O noviciado no Convento de Vilno foi
fechado em 1865 e foi proibida aceitação das novas candidatas. Josefa foi
aceita para o noviciado clandestino pela Abadessa do mosteiro Ana Gabriela
Houvalt e conforme a antiga tradição beneditina recebeu o novo nome Edviges. Na
comunidade quase todas as monjas estavam com idade avançada, então a nova
candidata tinha bastante trabalho. O mosteiro possuía uma boa biblioteca, e as
irmãs podiam aprofundar seus conhecimentos, pois a leitura é muito importante
na tradição beneditina.
Depois
de ter passado alguns anos neste mosteiro Josefa Edviges fez os votos
clandestinos nas mãos da Abadessa Ana Gabriela Houvalt no dia 07.03.1902. Estes
foram os votos perpétuos, conforme o documento da profissão escrito por mão
própria que se encontra no arquivo da Congregação. Normalmente este documento devia
ser guardado no arquivo do mosteiro onde foi feita profissão, mas por causa da
perseguição e constantes revistas o referido documento permaneceu com Josefa
Edviges. Depois dos votos Josefa Edviges foi enviada para Przemysl para o
Mosteiro da Santíssima Trindade onde permaneceu por um ano continuando a
formação religiosa e trabalhou com bordado. Assim escreve sua irmã para uma
parenta: Tia Josefa esta no convento das beneditinas em Przemysl, mas para
ela não se pode escrever, se passarem por lá, podem visitá-la. (Carta do
dia 21.03.1903)
Devido
a constantes perseguições da polícia novamente foi transferida, desta vez para
o Mosteiro de Todos os Santos de Lvov, de la para Vilno e em 1906 para o
Mosteiro das Bernardinas de Grodno. Em 1907 provavelmente estava fazendo um
novo noviciado na Itália ou na Bélgica. Não há dados suficientes sobre este
assunto, somente uma dedicatória em um santinho.
Nos
anos 1907-1910 podemos situar o encontro da Josefa Edviges Kulesza com
fundadora da Congregação das Beneditinas da Misericórdia (Suore Benedettine
di Carità) em Roma Madre Columba Gabriel, antiga abadessa do convento em
Lvov. As circunstâncias deste encontro são desconhecidas, mas a partir deste
encontro Madre Columba Gabriel tem influência na vida da Josefa Edviges. Não se
encontra nenhum documento que possa comprovar o ingresso da Josefa Edviges para
referida Congregação.
Madre
Columba Gabriel sendo polonesa e tendo algumas irmãs polonesas certamente
queria abrir uma casa nas terras da Polônia. Esta idéia estava dentro da
mentalidade daquela época de emancipação das mulheres, de sair dos lares,
assumir trabalho profissional, de abrir os horizontes. A fundação de uma casa
nas terras da Polônia oriental (Ucrânia) tornava-se difícil por causa da
perseguição do governo do czar, que proibia a abertura das mesmas. A partir de
1910 tem comprovado a permanência da
Josefa Edviges na Congregação de Roma de onde várias vezes foi enviada
para arrecadar os donativos para Congregação e estudar a possibilidade da
fundação da casa na Ucrânia. Nestas viagens ela conheceu uma senhora de bens
Dona Edviges Aleksandrowicz, que acolheu a proposta e prometeu uma ajuda financeira
na organização do orfanato das crianças e da casa das irmãs. Dona Edviges teve
um papel importante para nova fundação.
Em
abril de 1911 Dona Edviges esteve em Roma onde pessoalmente pediu a Madre
Columba Gabriel a vinda das irmãs para sua terra e recebeu a promessa. Dona
Edviges esteve também com ir. Josefa Edviges em Santo Anselmo visitando o abade
primaz dos beneditinos Ildebrano de Hemptinne. Este deu a sua bênção e as
palavras de encorajamento para a difícil missão na Ucrânia. Em 1912 ir.Josefa
Edviges juntamente com a noviça Helena Cybulska que foi enviada pela Madre
Columba, chegou para Biala Cerkiew3 onde começaram um trabalho no
orfanato clandestino. Com medo das perseguições não usavam o hábito.
Em
1913 ir. Josefa Edviges ao visitar Vilno para arrecadar os donativos conheceu
uma senhora Josefa Izmajlowicz, que posteriormente ingressaria na Congregação.
Neste tempo adoece a noviça Helena Cybulska, que após uma breve permanência no
hospital morre em conequência do excesso de trabalho e constantes perseguições
da polícia4.
3.
Fundação da Congregação
O
orfanato fundado por Dona Edviges Aleksandrowicz, nos anos de 1913-1915 sofreu
muitas perseguições por parte da polícia e teve que mudar várias vezes de
local: Fastów, Derebczynka, Boguslaw. Finalmente Dona Edwiges conseguiu a
licença do governo e o orfanato começou a funcionar com mais tranquilidade em
Biala Cerkiew. Ali ela comprou uma casa bastante grande com 10 quartos e um
quintal. Para esta casa se transferiram com as crianças no início do ano 1916.
Também
começaram a chegar as candidatas para a vida religiosa, as primeiras eram de
Vilno. Assim aos poucos a idéia de formar uma comunidade se concretizava.
Segundo a Madre Columba as candidatas deviam ser enviadas para Roma ou precisava
organizar uma filial da Congregação das Beneditinas da Misericórdia no local.
Os contatos com Roma foram muito difíceis por causa da Primeira Guerra Mundial,
também estava próxima a Revolução Russa. Restou então a fundação da comunidade
religiosa no local.
Aos
17 de maio 1917, festa da Ascensão do Senhor, ir.Josefa Edviges e Dona Edviges
se dirigiram para Zytomierz a fim de falar com o bispo Dom Inácio Dubowski.
Foram bem recebidas pelo bispo que lhes deu a bênção e permissão para fundação
da casa religiosa. Ficou marcada a data para a primeira visita do bispo no
local. Foi escolhida a data 24.06.1917, domingo - festa de São João Batista,
padroeiro da paróquia. Combinaram também que Pe. Inácio Miszkiewicz S.J.
ajudaria na elaboração das pequenas normas para futura comunidade, pregaria o
retiro, no dia celebraria a Eucaristia durante a qual se faria a vestição das
candidatas e benzeria a capela. O bispo Dom Inácio iria fazer visita pela
tarde. Após a conversa com o bispo começaram os preparativos para a festa. Foi
arrumada a casa, principalmente a capela para qual Dona Edviges ofereceu o
quadro do Sagrado Coração de Jesus.
As
candidatas prepararam os hábitos seguindo o modelo que a Madre Edviges trouxe
de Roma (descosturado por causa das perseguições). Ao receberem iniciaram o
noviciado 7 postulantes.5 Toda cerimônia aconteceu como foi
planejado. O bispo na ocasião de sua visita nomeou Pe. Antônio Jaglowski como
capelão da comunidade. O nome da nova comunidade foi aprovado como: Congregação
das Beneditinas Ativas6. Dia 24 de junho de 1917 é considerado como
o dia da fundação da Congregação. A ir. Josefa Edviges foi nomeada a superiora
da comunidade e responsável pela formação.
Nos
anos 1917-1920 Madre Edviges recebeu 15 noviças, dessas 8 fizeram profissão.
Como falamos acima Madre Edviges assumiu a formação segundo o espírito da Regra
de São Bento. Formava as novas irmãs pelo exemplo de sua vida conforme a Regra
de São Bento (RB). Ela mesma com
muito fervor vivia segundo a Regra, sempre foi muito fiel às orações e prática
da ascese, apesar da sua saúde bastante frágil. Vivia segundo o ensinamento de
São Bento “nada antepor ao amor de
Cristo” e como ela mesma escrevia
dizendo que a a paz é uma característica marcante da Ordem: “O espírito
comum da Ordem Beneditina é PAX – PAZ. Isso é uma pedra angular na qual
baseia-se a vida religiosa nos mosteiros beneditinos”.
Desde início tinha uma devoção muito especial ao
Sagrado Coração de Jesus o que ela mesma dizia: “Na nossa Congregação a paz
como o nosso próprio espírito deve aparecer nas duas virtudes do Sagrado
Coração de Jesus: a mansidão e humildade”. Ainda hoje esta devoção é cultivada
na Congregação: “As irmãs segundo o
exemplo da Madre Fundadora, veneram e amam de modo especial o Sagrado Coração
de Jesus, sede e símbolo do amor divino por nós. Conforme a palavra de Cristo:
“Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis
descanso para as vossas almas”
(Mt.11,29), as irmãs imitam o Sagrado Coração, especialmente a sua humildade e
mansidão.”7. Madre muito confiava na Providência Divina e como
devoção particular tinha Santa Terezinha do Menino Jesus. Este grande amor ao
Sagrado Coração de Jesus que carregava no seu coração soube transmitir para as
irmãs, e não só, mas aos outros, mesmo com a proibição do governo.8
Madre Edviges tinha um programa da formação, certamente
baseado no que aprendeu durante sua experiência nos mosteiros. Propagava amor,
humildade, espírito de oração, mortificação, autodomínio, mas principalmente a
obediência na Vida Religiosa. Era muito exigente de si mesma e dos outros, como
diz Bento na Santa Regra: “Em sua doutrina deve sempre o Abade observar aquela
fórmula do Apóstolo: repreende, exorta, admoesta, isto é, temperando as
ocasiões umas com as outras, os carinhos com os rigores, mostre a severidade de
um mestre e o pio afeto de um pai”.9
4.
Coordenação da nova fundação
(1917-1920)
A
partir do momento da vestição das novas candidatas iniciou-se a história da
Congregação. Primeira etapa desta nova fundação nos anos 1917-1920 situamos em
Biala Cerkiew. Durante este tempo a comunidade cresceu em número. Quatro vezes
aconteceu a cerimônia da vestição (24.06 e 08.12.1917, 07.01.1918, 25.03.1919).
Neste tempo se apresentaram 17 candidatas, dessas 15 foram aceitas e 08 fizeram
a profissão religiosa. Em todas as cerimônias participava e presidia pe.
Antônio Jaglowski.
A
comunidade viveu seguindo as normas elaboradas pelo pe. Inácio Miszkiewicz, a
Regra de São Bento e costumes trazidos e ensinados pela fundadora. Não tinha
estabelecido a duração do noviciado e o tipo da consagração que as irmãs
fariam. A carta dos votos foi feita segundo o exemplo da carta dos votos feita
no mosteiro pela Madre Edviges. Durante primeiros 20 anos a Congregação fazia
experiência, as irmãs não podiam fazer os votos perpétuos.
A
vida na nova comunidade foi organizada pela Madre Edviges - fundadora, Dona
Edviges Aleksandrowicz - principalmente com a ajuda financeira e como capelão
Pe. Antônio Jaglowski. A Fundadora achava que na nova comunidade devia ter
bastante rigor, ordem e fidelidade às tradições da Vida Religiosa. Ela mesma
organizou e planejou os horários das atividades diárias, que conservado até
hoje, principalmente nas casas de formação.
Inicialmente
a Fundadora conservou a antiga tradição da divisão das irmãs em dois coros.
Este costume não foi bem aceito posteriormente pelos demais membros da
Congregação; permaneceu na prática até 1924 e nas Constituições até 1929. A
própria Madre determinava o coro de cada candidata. As diferenças entre as
irmãs de dois coros eram grandes. As do primeiro coro rezavam o breviário
abreviado (Officium Parvum Beate Mariae Virginis) e as do segundo rezavam
diariamente o Rosário. Os dormitórios eram separados e tinham diferença no
hábito.
Madre
Edviges era muito aplicada nas práticas religiosas e exigente com as irmãs.
Cultivava o lema beneditino “ORA ET LABORA” e unia oração com trabalho, que era
recitação do Rosário ou canto do Ofício de Nossa Senhora durante os trabalhos
manuais na cozinha ou na lavanderia.
A
recém fundada Congregação enfrentava grandes dificuldades financeiras,
principalmente durante a guerra em 1920 entre poloneses e russos.10
Este tempo foi muito difícil para as irmãs, parecia que tudo ia terminar. Neste
momento a Fundadora manifestou muita força e responsabilidade pela comunidade
procurando novos lugares para a instalação das irmãs nas terras da atual
Polônia. Viajaram pelo Kovel, depois Varsóvia, Ostroviec, Dzików e Plock.
Finalmente em 11 de novembro 1920, depois de muitas dificuldades, decidiram
retornar para Kovel, onde com uma ajuda de um padre amigo assumiram um trabalho
na cozinha onde diariamente se preparava almoço para 300 crianças pobres.
Em
pouco tempo em Kovel surgiram outros problemas dentro da própria comunidade. As
irmãs começaram a discordar com as idéias da Fundadora, pois ela queria
conservar o estilo de vida mais de clausura ( o que bem conhecia) e as irmãs
queriam desenvolver as atividades apostólicas e missionárias. As irmãs queriam
procurar os meios para sua manutenção e das crianças do orfanato o que requeria
o contato com as pessoas. A Fundadora pensava ainda que a comunidade fosse a
filial da Congregação de Roma e queria manter o estilo de vida dela.
Aos
11 de maio de 1921 o bispo Dubowski fez uma visita às irmãs em Kovel onde tinha
o orfanato. Na ocasião desta visita o bispo conheceu a insatisfação das irmãs.
Recomendou que a Fundadora rompesse os contatos com a Congregação de Roma e
formasse uma Congregação diocesana. Madre Edviges não podia aceitar esta
proposta querendo ser fiel à Congregação de Roma e à Madre Kolumba.11
O bispo Dubowski ordenou então a eleição
da nova Superiora Geral, provocando assim um clima de desconfiança, que levou a
Madre Fundadora deixar a Congregação e Kovel. Esta foi a luta pelo novo estilo
de vida da nova Congregação. Venceu a idéia da vida apostólica como resposta
frente à situação social e política daquele tempo.
A
Fundadora permaneceu fora da Congregação que ela mesma fundou. Saiu sem magoas,
silenciosa. Queira voltar para a Congregação de Roma, mas ouvindo os conselhos
do visitador das congregações religiosas na Polônia bispo Wladyslaw Paweł
Krynicki desistiu. Passou um tempo em Maciejowo e depois se apresentou no
mosteiro de Staniątki onde permaneceu somente duas semanas.
5.
O tempo longe da Congregação
A
saída da Madre Edviges da Congregação que ela mesma fundou é uma situação
dolorosa e complexa. Este fato não foi somente desentendimento entre o bispo
diocesano e as irmãs. Devemos situá-lo no contexto europeu daquela época. De um
lado tinha forte tendência para emancipação das mulheres de Vida Religiosa que
manifestava o desejo de independência diante dos padres e bispos. Do outro lado
as irmãs tinham o dever de obedecer aos bispos e sacerdotes como superiores e
confessores. Bastante contestada foi a clausura, tão forte implantada após o
Concílio de Trento. Nesta época se tornou indispensável a saída da clausura
para levar ajuda aos outros e ganhar a manutenção.
Madre
Josefa Edviges ficou fora da Congregação por dois meses. Enquanto na pequena
comunidade em Kovel aos 25.07.1921, no primeiro Capítulo Geral das Irmãs
Beneditinas Ativas, presidido pelo delegado do bispo Pe.Feliks Sznarbachowski,
foi eleita nova superiora geral ir.
Gerarda Apolonia Sokołowska. A eleição foi aprovada pelo bispo Inácio
Dubowski em 30.07.1921.
Agora
começou um novo período da Congregação, com casa geral em Kovel com duração de
cinco anos. A comunidade estava crescendo aos poucos enfrentando as
dificuldades. Pe. Antônio Jaglowski ajudava muito, teve várias iniciativas e
elaborou as primeiras constituições. Recebia-se novas candidatas, celebrava-se
os votos das irmãs. Neste tempo foram construídos dois orfanatos em Kovel e em
Luck. O dinheiro para estas construções foi arrecadado pelas irmãs.
Logo
depois do capítulo Madre Josefa Edviges convidou a nova Superiora Geral para
Maciejowice. Lá se encontraram, mas detalhes não sabemos. Certamente o retorno
para congregação ainda não foi possível. Madre Gerarda recebeu a bênção da
Madre Fundadora e assim se despediram por seis anos. Para Madre Fundadora
começou então o tempo de exílio. Foi um tempo de duras provações (o que sabemos
das cartas escritas para M. Columba). Madre rompeu todos os contatos com a
congregação que havia fundado. Depois de ter passado um tempo em Maciejowice e
depois no mosteiro em Staniątki, dirigiu-se para a casa da sua irmã Helena em Zakopane onde passou um ano.
Durante este tempo recuperou um pouco sua saúde, mas a idéia de trazer a
Congregação de Roma para a Polônia não a abandonou. Começou novamente juntar as
candidatas. Madre se encontrava numa situação muito difícil. Não possuía nenhum
documento oficial que comprovasse a sua ligação com a congregação de Roma. Numa
das cartas dirigidas para Madre Columba pediu o comprovante. Esta não podia
nada fazer, porque Madre Josefa Edviges oficialmente não pertencia a esta
Congregação. Madre Josefa Edviges
possuía apenas o documento da profissão feita no Mosteiro em Vilno.
Na
tentativa da nova fundação Madre Edviges, mudou de local várias vezes.
Finalmente se firma em Lublin e lá quis fundar uma nova casa. Neste tempo
morreu Madre Columba Gabriel (26.09.1926) e a nova superiora não falava polonês
e também não estava interessada em fundar as casas na Polônia.12
6.
Retorno para a Congregação e os
últimos anos
Depois da
morte da Madre Columba a Madre Edviges
sentiu-se livre da missão de fundar casas desta congregação na Polônia.
No entanto a Congregação fundada em
Biala Cerkiew estava desenvolvendo, a partir de 1921, denominadas Beneditinas
Ativas. As irmãs precisando de dinheiro saíram à procura dos donativos fora e
dentro do país, dirigiram-se para Estados Unidos. No início do ano de 1926,
duas irmãs estavam fazendo a coleta na diocese de Lublin (não todas as dioceses
aceitavam as irmãs) e lá encontraram a Fundadora que estava na casa paroquial.
Voltando para Kovel contaram para Madre Gerarda que tinham encontrado a
Fundadora.
Madre Gerarda com ir. Tekla foram ao
encontro da Fundadora pediram desculpas e pediram que voltasse para a
congregação. Depois de um tempo a Fundadora decidiu retornar para a Congregação
em Kovel que aconteceu em setembro de 1927. Foi bem aceita pelas irmãs.
Voltando para a Congregação apesar
da idade já avançada a Madre Fundadora entrou nas atividades da comunidade.
Muito tempo dedicava à oração, ajudava um pouco no orfanato, algumas crianças
preparava para Primeira Eucaristia. Depois quando foi terminado o orfanato em
Luck a Fundadora foi transferida para là devido melhor conforto no início de
1928.
A saúde da Madre Fundadora estava
piorando aos poucos. Em março de 1931 agravou-se. Estava proxima a Páscoa. Na
Quarta Feira Maior sentiu-se mal, não conseguiu se levantar e nem se alimentar.
Na Quinta Feira Maior recebeu a Eucaristia e teve uma paralisia do lado
esquerdo, tinha fortes dores. No sábado não conseguiu falar, no dia da Páscoa às 13 horas acalmou-se e
respirava com muita dificuldade. Todas as irmãs da casa estavam presentes na
hora da sua morte. Em silêncio entregou-se a Deus, foi sepultada 07.04.1931 em
Luck. A cerimônia foi presidida pelo Pe. Antônio Jaglowski e Pe.M.
Zukowski.
_____________________
1 ABMO - Testemunho das irmãs Hildegarda Zenka
e Klara Staszczak
2 s.Ambrozja Jadwiga Kalinowska OSB. Prosto na Krzywych Liniach. Hosianum, Olsztyn, p.12-18
3 Biala Cerkiew - uma pequena cidade com um
bonito passado, situada na beira do rio Rússia, nas proximidades de Kiev. Antes da I Guerra Mundial tinha
22 mil habitantes, disso 3 mil poloneses. Havia lá uma paróquia católica de São
João Batista.
4 S.Ambrozja Jadwiga Kalinowska OSB. Prosto na
Krzywych Liniach. Hosianum, Olsztyn, p.26
5 Existe uma uma foto do dia da fundação
24.06.1917.
6
Em 1921 Dom Inácio Dubowski aprovando as primeiras Constituições muda o
nome para as Irmãs missionárias da Regra de São Bento. Em 1929 Pe. Antônio
Jaglowski na elaboração das novas Constituições muda para Missionárias de São
Bento. No Capítulo em 1968 as irmãs começaram se chamar - Congregação das Irmãs
Beneditinas Missionárias.
7 Constituição da Congregação das Irmãs
Beneditinas Missionárias cap.III,12
8 Decreto de 1899 de czar Alexandro III diz
que esta devoção é perigosa para a nação e proíbe a divulgação da mesma.
9
Regra de São Bento 2,23-24
10 Biala Cerkiew encontrava se do
lado da Rússia. Os bolchevistas jogaram as irmãs fora do orfanato. Uma parte
das irmãs permaneceu em Biala Cerkiew aguardando o tempo melhorar, mas sem
sucesso. Madre Fundadora com algumas Irmãs deixou Biala Cerkiew em junho 1920.
Nunca mais as Irmãs retornaram para Biala Cerkiew.
11 M. Edviges escreve sobre este fato para M.
Kolumba Gabriel, Zakopane 23.03. 1925.
12 S.Ambrozija Jadwiga Kalinowska OSB. Prosto na Krzywych Liniach. Hosianum, Olsztyn, p. 36-40
13 S.Ambrozja Jadwiga Kalinowska OSB- Prosto na
Krzywych Liniach. Hozianum.
Olsztyn, p.41-45